domingo, 24 de abril de 2011

Uma via de mão única: Futsal para o Futebol

É comum vermos a mídia citar diversos jogadores de futebol que tiveram seu ínicio no futsal, atletas como: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Nazário, Robinho, Neymar, entre outros.
Mas após uma revisão bibliográfica encontrei um livro que pode nos ajudar a entender esse fenômeno, o autor dessa obra é Daniel Coyle e o mesmo afirma que é diferente o modo que se executa futebol no nosso país do resto do mundo. E a causa desta situação é a influência do futsal.
Segundo Coyle, que para chegar a esta conclusão vem pesquisando e viajando o mundo todo desde dezembro 2006, visitando a locais diversos onde segundo o mesmo nasceram os mais talentosos jogadores. Dentro de sua pesquisa o autor ainda quebra o paradigma que tanto falamos em postagens anteriores: a forma de treinamento. A maneira tecnicista de treinamento que não trás beneficio cognitivo algum.
O tipo defendido pelo autor é o mesmo que já discutimos; através de jogos adaptados, reduzidos, condicionados.
Este tipo de treinamento Coyle chama de “treinamento profundo” que na palavra do autor “ o novo modelo mostra que as fábricas de talento têm êxito não porque as pessoas se esforcem mais, mas porque se esforçam do modo certo...”
Desta forma Coyle ainda ressalta em sua o obra intitulada “O Código do Talento” que o segredo do futebol seria o treinamento profundo advindo de um jogo em particular: “Ou seja, o futebol brasileiro é diferente do futebol do resto do mundo porque o país utiliza um equivalente esportivo ao Link trainer (simulador de voo). O futebol de salão comprime as habilidades futebolísticas essenciais num pequeno espaço, situa os jogadores na zona de treinamento profundo, na qual vão cometendo erros que vão corrigindo, nunca deixando de criar soluções para problemas vivamente percebidos. Jogadores que tocam 600% mais vezes aprendem mais depressa (e sem se dar conta disso) do que aprenderiam na vasta e expansível extensão de um campo gramado. O futsal não apenas é a razão pela qual o futebol brasileiro é extraordinário. Os outros fatores tantas vezes citados – clima, paixão e pobreza – realmente importam. Mas o futebol de salão é a alavanca por meio do qual esses fatores transmitem sua força.”
            Mesmo assim vivenciamos equipes que tem suas particularidades e suas razões nas quais desconhecemos não deixar o atleta jogar futsal e futebol, desta forma o mesmo tem que optar por um ou outro.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Entendendo o jogador de futsal na sua totalidade

Podemos afirmar, após estudos e situações vividas que não estamos formando atletas na sua totalidade, jogadores de corpo inteiro. Até pela nossa formação passamos tempos enfatizando a parte física, técnica e tática de nossos atletas para que os mesmos aumentem o rendimento durante as partidas, e muitas vezes não damos tanta importância em trabalhar um elo desta cadeia que complementa a totalidade do ser humano/atleta a parte “psicológica”.
Como citado acima nossa formação acaba não nos capacitando plenamente a atuar com mais eficiência nesta área, apesar de como técnicos temos de fazer intervenções diárias para tentar ajudar e entender nossos atletas às vezes com sucesso outras não. Hoje em dia seria de grande importância para técnicos e atletas de alto rendimento o acompanhamento de um Psicólogo do Esporte. Mais como atuaria estes profissionais dentro do futsal?  As estratégias utilizadas pelos mesmos visam o desenvolvimento da performance atlética em modalidades individuais e também nos esportes coletivos, como por exemplo:  na redução de ansiedade e estresse,  no autocontrole, na melhora da autoconfiança, na intensificação da concentração, no treinamento de atenção, na motivação, entre outros. Dentro do futsal, além dos exemplos citados, podem trabalhar no desenvolvimento do grupo, na coesão da equipe, na solução de conflitos, na transferência de desempenho dos treinos para as competições.
Ter um Psicólogo do Esporte dentro comissão técnica no futsal ainda é privilégio de alguns. O mesmo nos ajudaria de várias maneiras, por exemplo, traçando o perfil de cada atleta e até que ponto o mesmo aguentaria uma pressão de uma final ou de jogar contra uma equipe de maior expressão, como seria seu comportamento em situações adversas e como lidaria com o sucesso, sendo assim exploraríamos o máximo do nosso atleta. Importante também é que sairíamos do censo comum e passaríamos a entender o nosso atleta na sua totalidade não fazendo assim pré-julgamentos dos atletas. E se houver a necessidade de tomar atitudes mais drásticas como afastamento do atleta do grupo, dispensa, faria isso com mais embasamento. E não com justificativas que ouvimos desde que a” bola é bola”, “esse ai pode mandar embora porque é pipoqueiro”,”esse jogador é burro não consegue pegar a jogada”, podemos tomar tais decisões mais já sabendo da dificuldade destes atletas, até porque seu perfil já foi traçado pelo tal Psicólogo do Esporte.
            Para finalizar sabemos que ainda tudo isso parece utópico, mais temos que caminhar para aumentar o rendimento de nossos atletas até porque há uma inter-relação entre nós treinadores e jogadores, eles precisam de nós para fazer parte do grupo e precisamos do melhor deles para ganhar jogos e competições e nos manter atuante.